O dono da casa
Todo animal de estimação também é membro da família
Família multiespécie. Assim a psicopedagoga Ana Lucia Lacerda Michelotto, da PUC-PR, define aqueles grupos familiares que são compostos por humanos e bichinhos de estimação. No Brasil, há muitos desses núcleos: 43% dos lares têm ao menos um cachorro e 17% têm gato. O mais legal disso tudo é que o pet, em geral, é reconhecido como membro da casa – como realmente deve ser –, e os donos só têm a ganhar.
Para Emerson Viana, psicólogo e diretor clínico da Viva Psicologia, essa proximidade vai muito além do lazer e da companhia. Ele lembra que diversos pesquisadores apontam que a interação do homem com o animal promove mudanças positivas no comportamento, estimula o desenvolvimento de habilidades, bem como o exercício da responsabilidade em diferentes culturas e contextos. “Consequentemente, isso tende a melhorar a saúde física, psicológica e emocional”, acrescenta.
Os ganhos são ainda maiores em se tratando de crianças. De acordo com Ana, já existe a comprovação científica de que crianças que crescem com pets são mais propensas a relações interpessoais mais saudáveis. Além disso, a presença dos bichinhos pode ajudar a estimular as habilidades motoras.
Ana lembra, ainda, que esse tipo de parceria é antigo e remonta aos primórdios da humanidade.
Limites
Na família multiespécie, o pet tem seu papel como membro do lar, e isso não é um problema – afinal, ele ama e é amado naquele espaço. Porém, segundo Emerson, os tutores precisam ter em mente que a vida desses animais, em comparação com o ser humano, é muito curta. Então, depois da morte de um pet, a pessoa pode desenvolver sério problema emocional, passando pelo luto e, muitas vezes, pode necessitar de uma terapia com urgência. “Os laços criados não podem ultrapassar essa consciência”, diz.